Um Fígado Gordo - Esteatose - A nova epidemia
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Um Fígado Gordo - Esteatose - A nova epidemia




A NOVA EPIDEMIA: O FÍGADO GORDO!


No mesmo momento que a Revista Time tem como capa o fim da guerra contra a gordura, (veja o comentário do dr Souto sobre o tema)
o New York Times publicava um extenso artigo sobre um outro tema relacionado com nutrição e metabolismo: a crescente epidemia de esteatose: a gordura no fígado.
Se trata de uma situação que se observa cada vez em pacientes de consultório que fazem sua primeira ecografia abdominal perto dos 40 anos. Sendo que muitas dessas pessoas têm ferritina elevada - homens principalmente, uma vez que não menstruam, e/ou apresentam taxas elevadas de ácido úrico, e/ou têm altas taxas de triglicerideos, alguns efetivamente com algum grau de sobrepeso. Mas que geralmente não se reconhecem  enfermos! 
Há pouco tempo isso era incomum. Infelizmente cheguei a ouvir que isso seria um "artefato de imagem" promovida pelos novos equipamentos mais modernos e mais precisos. Mas agora sabemos que se trata de algo muito mais grave. Parece que era algo para o qual não estávamos preparados para lidar. Por isso o artigo do NY Times sublinha: esse problema nem mesmo tinha nome há pouco tempo tempo atrás, umas três décadas. Agora temos o Fígado Gorduroso Não Alcoólico. O drama é que 10 % das crianças e 20 % dos adultos americanos já apresentam essa condição! O que a transforma na mais comum das enfermidades crônicas do fígado!
Não tendo tratamento medicamentoso específico, está rapidamente se transformando na mais comum das causas de transplante desse órgão nos Estados Unidos!
De acordo com o artigo: "A maioria dos pacientes têm uma forma menos grave da doença, sem sintomas evidentes. Mas ter um fígado gorduroso não alcoólico é um forte fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas e diabetes tipo 2. E em 10 a 20 por cento dos pacientes, a gordura que se infiltra no fígado leva a inflamação e cicatrizes que podem lentamente enfraquecer o órgão, preparando o palco para cirrose, câncer de fígado e finalmente a insuficiência hepática. Estudos mostram que de 2 a 3 por cento dos adultos americanos, ou, pelo menos, cinco milhões de pessoas, têm esta forma mais progressiva da doença, conhecida como esteatohepatite não-alcoólica ou NASH (abreviatura em inglês).”
Ainda de acordo com o artigo: "… em Los Angeles, a doença hepática é diagnosticada em uma de cada duas crianças hispânicas obesas, e é uma das principais causas de morte prematura em adultos hispânicos."
Para adultos o crescimento das taxas de esteatose está ligada à obesidade, mas para crianças isso parece pior, pois as taxas de esteatose aumentam mais rápido do que a própria obesidade.
Foi verificado que crianças com essa condição tem um aumento maior em taxas de triglicerídeos quando consomem açúcar do que aquelas que não tem o problema.  
Um pesquisador citado na matéria diz que o corte do consumo de bebidas açucaradas parece trazer grande melhora nos pacientes. 
Infelizmente o artigo coloca as coisas na equação de que pode ser uma consequência indireta pela redução do peso. Creio que não faz diferença se é direto ou indireto. Porque não ser mais contundente e se comprometer no estímulo à redução no consumo de todas as bebidas açucaradas, o que inclui refrigerantes, sucos de frutas e chás doces!
O texto cita várias vezes a questão da resistência à insulina, embora nem todos os pacientes pareçam apresentar ter o problema, do sobrepeso, mas pessoas de descendência asiática não precisam do sobrepeso para desenvolver esse problema e do sedentarismo
Particularmente estou muito convencido de que a esteatose é uma marca do quadro que chamamos de síndrome metabólica, e que suas múltiplas causas convergem para o recente incremento no consumo de carboidratos e alimentos processados,  
Christopher Masterjohn, pesquisador da Weston A Price adiciona a questão de termos retirado das refeições habituais alimentos tradicionais ricos em colina com os ovos e o bife de fígado. 
A primeira publicação que ligava o fígado gordo com a obesidade é de 1952. mas a conexão entre diabete e esteatose já era conhecida desde o século XVIII, no caso para pacientes com diabete tipo I. O termo NASH foi primeiramente publicado em 1980, por Jurden Ludwig e colaboradores da Clinica Mayo. Desde essa época várias pesquisas subsequentes foram relacionando a esteatose com sensibilidade reduzida à insulina, obesidade, diabetes. Muitos estudos em animais não reproduziram perfeitamente a questão em humanos provavelmente porque estabeleciam relações diretas de causa e efeito, e essa condição para humanos é fruto de uma teia bem mais complexa de interferentes.
De qualquer forma, parece ser importante em qualquer procedimento de check up se fazer uma ecografia abdominal total. Exames de sangue com resultados normais para enzimas do fígado não informam precocemente essa situação.

E aposte em reduzir carboidratos! Seu fígado vai agradecer!

Artigos de referência:
New York Times de 13 de junho de 2014
Artigo da WAPF.ORG (2011)


    







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