Insulina – o hormônio que engorda
Dieta Paleolítica e Dieta Low Carb

Insulina – o hormônio que engorda


*baseado no capítulo 5 de A Nova Dieta Revolucionária do Dr. Atkins

A insulina é um hormônio produzido no pâncreas e que é liberado na corrente sanguínea para controlar os níveis de açúcar no sangue. Esse hormônio é uma das substâncias mais poderosas e eficientes empregadas pelo corpo para controlar o uso, a distribuição e o armazenamento de energia.


O corpo está sempre metabolicamente ativo, e funciona principalmente mediante o uso de glicose (forma básica de açúcar) circulante NO SANGUE, que a necessita, e a obtêm, mesmo em situação de jejum absoluto, convertendo o que puder em neste açúcar, mantendo o nível de glicose dentro de uma faixa normal. Como regra geral, porém, o corpo obtém no alimento seu principal suprimento de combustível: dos carboidratos retira açúcares simples, todos os quais são ou se transformam rápida e facilmente em glicose; das gorduras, absorve glicerol e ácidos graxos, e das proteínas, aminoácidos.


Entretanto, seu corpo não foi feito para lidar com alimentos REFINADOS. Quando você ingere carboidratos seus níveis de açúcar no sangue sobem rapidamente, então o corpo determina, por meio da insulina, quanto dessa energia pura vai usar para as necessidades imediatas e quanto armazenará para futuras necessidades. A insulina converte uma parte da glicose em glicogênio, um amido que é armazenado nos músculos e no fígado e se torna imediatamente disponível para uso energético. Se todas essas áreas de armazenamento estão cheias e há mais glicose do que ele necessita, a insulina converterá o excesso em TECIDO GORDUROSO CHAMADO TRIGLICERÍDEO (os pneuzinhos). Esse é o motivo por que a insulina foi denominada de "hormônio produtor de gordura".
Se a insulina não processasse a glicose, os níveis de açúcar no sangue subiriam loucamente, enquanto o corpo consumiria os depósitos de gordura, e depois os tecidos musculares. É isso o que acontece no diabetes por inanição (não há insulina). Já viram que a por vezes alguém que sempre foi gordinho começa a emagrecer sem esforço nenhum e depois descobre uma diabetes?


Por outro lado, se existir insulina em grande quantidade, ela deixa pouca glicose para circular no sangue e fornecer combustível ao CÉREBRO. O corpo tenta ajustar-se liberando hormônios contra-reguladores - principalmente glucagon, adrenocorticóides e adrenalina para elevar o nível de glicose, mas uma boa dose insulina (poderosa) possa anular todos eles. Por sorte, nos casos da maioria das pessoas, esse balanceamento da glicose ocorre automaticamente e o açúcar no sangue permanece em uma faixa estreita, normal, entre 65 mg e 110 mg por 100cc de sangue.


Alimentos ricos em carboidratos, por rapidamente se converterem em glicose, exigem muita insulina. As proteínas e as gorduras, por outro lado, praticamente nenhuma. À medida que a pessoa com excesso de peso se torna mais gorda, o problema da insulina se agrava, podendo chegar a uma "resistência à insulina". Os carboidratos provocam a liberação de grandes quantidades do hormônio, ao passo que o corpo é incapaz de utilizá-lo eficientemente, e isso provoca o CANSAÇO sentido por muitos obesos, pois não está havendo conversão de glicose em energia. Então o corpo produz ainda mais. Isso resulta em excesso de peso e altos níveis de insulina. Ter níveis de insulina em níveis permanentemente altos e ainda ser resistente aos efeitos da mesma é o que se denomina de hiperinsulinismo.


Com o desgaste do sistema hormonal, até os receptores de insulina que convertem glicose em gordura começam a se desgastar - o que prenuncia o diabetes. Em casos graves, o próprio pâncreas fica exausto com o esforço necessário para produzir tanta insulina - e um diabetes de alto nível de insulina se transforma no tipo dela dependente.
E não para por aí.


As crises de fadiga diária (principalmente no meio da tarde), tremores e fome, depressão, irritabilidade e atividade mental deficiente não são “só” porque suas células não estão recebendo energia suficiente, mas também porque são vítimas de hipoglicemia (baixa taxa de açúcar no sangue), que decorre do alto consumo de açúcar (que acaba por liberar muita insulina). Com o tempo pequenas quantidades de açúcar liberam grandes quantidades de insulina.


Dessa forma, você pode perceber que você não é um louco compulsivo e ansioso. O que você sente tem uma explicação física, na verdade METABÓLICA. Portanto, NÃO se sinta culpado.


Altos níveis de insulina acarretam também retenção de sal e água (que pode resultar em hipertensão e excesso de peso contínuo), agrava a hipertensão ao aumentar a sensibilidade das artérias aos efeitos da adrenalina, afeta o suprimento de neurotransmissores ao corpo e pode ocasionar problemas de sono, leva o fígado a produzir mais colesterol LDL (ligado a doença cardíaca)


É claro que o que expus aqui é o quadro do horror, nem todos atingimos esses estágios. Muitos ainda conseguem perder peso com dietas hipocalóricas, ainda que boa parte os recupere depois. Contudo, o objetivo do artigo é explicar como funciona a insulina no organismo. E existem pessoas com sérios problemas de obesidade (não mera questão estética, ou sobrepeso) que estão sendo submetidas a dietas ridículas de baixa caloria (pra essas pessoas é ridículo, além de ser desumano), e estão sendo CONVENCIDAS que comem demais, que comem errado, que são compulsivas ou estão ansiosas. Aquelas pessoas que quando vão pegar sobremesa todos pensam que ela não devia estar fazendo isso. Essas pessoas são vítimas de um distúrbio metabólico grave que não está sendo adequadamente tratado.

Para perder peso, essas pessoas precisam de uma manobra evasiva em torno da insulina - a dieta baixa em carboidratos - e muitas vezes, também de exercício e suplementação nutricional. Precisamos de glicose como combustível, mas não precisa­mos obtê-la de nossa dieta, certo? Chegou a hora de fechar a torneira da insulina.



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